sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011


A aguarela é uma técnica de pintura na qual os pigmentos se encontram suspensos ou dissolvidos em água. Os suportes utilizados na aguarela são muito variados, embora o mais comum seja o papel com elevada gramagem. São também utilizados como suporte o papiro, casca de árvore, plástico, couro, tecido, madeira e tela.



História da aguarela

É uma técnica muito antiga cujo aparecimento se supõe esteja relacionado com a invenção do papel e dos pincéis de pêlo de coelho, ambos surgidos na China há mais de 2000 anos.
No ocidente, há vários exemplos do emprego desta técnica desde a Idade Média, como Tadeo Gaddi, discípulo de Giotto. Ele viveu até 1366, e teria produzido uma série de desenhos aguarelados, feitos sobre papel tipo pergaminho. O método foi utilizado por artistas flamengos, e amplamente empregado em Florença e Veneza. Foi com Albert Dürer que a aguarela pode resistir ao tempo, já que ele deixou pelo menos 120 obras suas.
Em 1550, um artista de nome John White participou da expedição de Sir Walter Releigth, registrando a vida, o ambiente e os costumes do Novo Mundo, sendo considerado por alguns como o pai da aguarela. Mas foi só no século XVIII que a técnica passou a ser considerada como um método autónomo e independente, difundida em toda a Europa e reconhecida como a “Arte Inglesa”. Neste momento surgem nomes como Alexander Cozens, o poeta pintor William Blake, John S. Cotman, Peter de Wint e John Constable, mas foi sem dúvida William Turner quem melhor soube explorar suas possibilidades; e muitos desconhecem que Turner produziu 19.000 aguarelas, o que lhe garante o título de maior aguarelista de todos os tempos. Diz-se que Turner terá influenciado os pintores impressionistas, mas há quem ouse afirmar que a aguarela exerceu tamanha influência sobre Turner, a ponto de este experimentar na pintura a óleo as mesmas possibilidades cromáticas, através da aplicação de camadas bastante delgadas e sobrepostas, com muita luminosidade.
A aguarela sempre foi muito apreciada nas cortes europeias, o que lhe dava um certo “ar” de futilidade, de feminilidade espontânea e, embora surgissem novos pintores aguarelista, esta técnica começou a ser vista com preconceito. Com o passar dos anos, surge uma grande contradição em torno deste método, sobretudo no Brasil, onde a aguarela é vista como um método escolar. Apreciada por alguns, desprezada por outros e incompreendida por muitos, o certo é que a aguarela deve ser defendida pelas suas qualidades intrínsecas, como uma técnica em si mesma.

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